O pior filme já feito está completando 21 anos em 2024

É difícil determinar qual foi o pior filme já lançado na história do cinema, pois essa avaliação é subjetiva. No entanto, um nome que frequentemente surge em listas e discussões na internet é The Room. Considerado por muitos como um dos piores filmes já feitos, o longa alcançou uma fama peculiar ao longo dos anos. Agora, em 2023, o filme completa 20 anos, continuando a ser lembrado como uma obra curiosa e, ao mesmo tempo, querida por parte do público.

 

A história por trás de The Room

Lançado em 2003, The Room é um drama que gira em torno de Johnny, um banqueiro bem-sucedido que começa a suspeitar que sua namorada, Lisa, está tendo um caso com seu melhor amigo, Mark. A trama, embora simples, é apenas o ponto de partida para o que se tornou uma das produções mais bizarras da história do cinema.

O responsável por essa criação é Tommy Wiseau, que não só escreveu, dirigiu e produziu o filme, mas também interpretou o papel principal. Com sua aparência incomum – cabelos longos e olhar enigmático – e um sotaque peculiar, Wiseau tornou-se uma figura tão intrigante quanto o próprio filme. Ao lado de Wiseau, Greg Sestero e Juliette Daniele compõem o elenco, ambos tentando, na época, iniciar suas carreiras no cinema.

Com quase 100 minutos de duração, o filme é basicamente uma série de diálogos desconexos entre os personagens, com Johnny ficando cada vez mais paranoico em relação à traição, levando o enredo a um clímax tão estranho quanto todo o resto da produção.

O enigma de Tommy Wiseau

Enquanto a fama de The Room está bem documentada, o mesmo não pode ser dito sobre a vida de seu criador, Tommy Wiseau. Até hoje, grande parte de sua biografia é um mistério. Wiseau afirma ser de Nova Orleans, apesar de seu forte sotaque europeu, e nunca revelou a origem dos fundos que financiaram o orçamento de US$ 6 milhões para o filme. Sua personalidade excêntrica e a falta de informações claras sobre sua vida pessoal só aumentam o fascínio em torno de The Room.

Da queda ao sucesso cult

Lançado em 27 de junho de 2003 em cinemas de Los Angeles, The Room começou sua trajetória com críticas pesadas e um fracasso nas bilheterias, arrecadando menos de US$ 2 mil. No entanto, ao longo dos anos, o filme foi ganhando notoriedade por ser tão ruim que se tornou uma experiência cult. Cenas mal atuadas, diálogos sem sentido, efeitos especiais amadores e a famosa explosão emocional de Johnny no terraço fizeram de The Room uma peça de estudo sobre o que pode dar errado em uma produção cinematográfica.

O filme, que inicialmente parecia condenado ao esquecimento, começou a ser exibido em sessões especiais lotadas, com os espectadores decorando as falas e interagindo com as cenas mais bizarras como em um evento esportivo. Essa mudança de percepção transformou The Room em um fenômeno de cultura pop.

O reconhecimento tardio

Em 2017, The Room foi homenageado com o lançamento de Artista do Desastre, um filme dirigido e estrelado por James Franco. Baseado no livro The Disaster Artist, escrito por Greg Sestero, o filme narra os bastidores de The Room e a relação entre Sestero e Wiseau, misturando comédia e admiração pela singularidade do projeto. Artista do Desastre foi aclamado pela crítica, sendo indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado, e James Franco ganhou o Globo de Ouro de Melhor Ator por sua interpretação de Wiseau.

Enquanto Artista do Desastre atingiu um sucesso que The Room nunca conseguiu, o filme original continua a ocupar um lugar especial no coração de seus fãs, que o reverenciam como um exemplo perfeito de como o cinema pode ser imprevisível e fascinante, mesmo quando falha em quase todos os aspectos técnicos e narrativos.

O legado de Tommy Wiseau

Tommy Wiseau, por sua vez, continuou produzindo projetos de qualidade semelhante, mas nenhum chegou perto da notoriedade de The Room. No entanto, a sua estreia desastrosa permanece uma obra única, celebrada tanto por sua incompetência quanto por sua autenticidade inabalável, garantindo a Wiseau um lugar na história do cinema, mesmo que por razões inesperadas.